junho 13, 2009
Iniciando diálogos com Kant
O amor à verdade e à justiça
Duas coisas sempre me enchem a alma
de profunda admiração e respeito,
quanto mais intensa e
freqüentemente o pensamento delas se
ocupa:o céu estrelado acima de mim e a lei moral dentro de mim
Immanuell Kant
O maior compromisso que a filosofia nos impõe: o amor à verdade e à justiça. Não é possível ser livre se só eu o for. Minha liberdade depende de todas as liberdades.
Desejo ardentemente que meus filhos sejam livres, que conheçam a verdade e se pautem na justiça. Não nessa justiça obsoleta, institucional, instituída, imposta, presidiária, corretiva (e incorreta), cega, silenciosa, omissa, parcial, perseguidora e castradora, desumana, fria, calculada e calculista, estigmatizante, excludente, sufocante, impiedosa, malvada! Não nessa justiça! Não, mas naquela justiça que nos inspira a paz e o respeito por todos os seres humanos que nos rodeiam, principalmente aqueles mais desamparados, esquecidos, discriminados, excluídos, isolados dos direitos à jurisprudência, nunca tratados como iguais perante as “incelênça”, que gostam de morder pés descalços, como cobras venenosas...
Desse senso de justiça carece a própria Justiça e suas Excelências, carece o Estado e suas Magnificências. No Estado pós-moderno a justiça não se diferencia muito da práxis de outros períodos históricos, políticos e filosóficos pelos quais porventura já passou, a não ser por estar mais velada, mais disfarçada e mentirosa nas suas tramas onde se presta a ser Aparelho Ideológico do Estado, das classes dominantes e dos que estão enfronhados no seu metiê trocando favores para prender, excluir, oprimir, rejeitar, injustiçar mais seus desafetos; separar, desunir, vilipendiar, estraçalhar, esmagar, contrariar e constranger os que nada têm e de nada são donos, ao mesmo tempo em que estão favorecendo e beneficiando seus protegidos, afilhados e afins...
Ah, Immanuel Kant, o Imperativo Categórico é um sonho, belíssimo projeto de homeidade, mas não é isso que temos ou somos ou sonhamos ser... Pondero se você imaginou que o sistema capitalista transformaria nos próximos séculos não só as coisas, mas principalmente o próprio ser humano em mercadoria. Mão de obra, força de trabalho, pessoa, trabalhador, mulher, criança... aos poucos temos sido aliciados pelo sistema econômico que estimula o roubo, a corrupção, o egoísmo, a individualidade, o desamor... mas bem que valeria a pena se fôssemos todos assim:“Age de tal modo que a máxima da tua ação se possa tornar princípio de uma legislação universal.” Temos precisado da coação, das leis externas, das sanções... se seguíssemos sua idéia, o Direito, a Jurisprudência, a Magistratura... tudo enfim que sustenta o Poder Judiciário ruiria por terra...seriam inúteis, haja vista que todas e todos estariam usando a razão a priori, o dever, precisa-se de um caráter moral, mas a ação é o decisivo. É a razão prática que se define como lei dos costumes, a exigência da proposição do imperativo categórico. Você, filósofo dos direitos humanos, da igualdade perante a lei, da cidadania mundial, da paz universal e acima de tudo do "Sapere Aude", a emancipação da razão... os norte americanos preferiram Hobbes, Leviatã, O homem é o lobo do homem: Homo homini lupus, os juristas também - ops! não na retórica, mas sim na práxis Quem ficou contigo, Mestre?
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