Reconhecemos que ainda engatinhamos no universo jurídico, mas há algo que é intrínseco ao ser humano: o combate às injustiças. Muito mais do que a busca pela justiça, combater a impiedade não é somente exigir aquilo que nos é de direito. É sentir intravenosamente a vontade de lutar, é ser chamado pelo seu próprio instinto a defender-se ou defender os seus. Talvez por isso a forma como os policiais grevistas estão sendo tratados nos revolta tanto.
Convivemos com Augusto Júnior – hoje conhecido por ser o líder do movimento grevista da nossa região -, e não podemos admitir ou cogitar que um ser humano tão nobre e generoso tenha sua prisão preventiva decretada. Mais do que isso. Levar ao cárcere alguém que apenas luta por direitos que são legitimamente seus, como se a repressão da década de 60 ainda fosse concebível, como se os ideais nazi-fascistas ainda pudessem ser cogitados.
É no mínimo irônico assistir as pessoas que hoje ocupam os altos cargos eletivos estaduais, pessoas estas que sempre se disseram tão perseguidas e censuradas, perseguirem e censurarem movimentos sociais, e pior, utilizando-se dos mesmos artifícios mesquinhos e desumanos.
Convivemos com Augusto Junior desde o primeiro semestre do nosso curso. Desafiamos qualquer um que seja, colega de sala, de curso ou de universidade, professor, funcionário ou visitante que já o tenha visto destratar ou tenha sido destratado por Augusto. Junior é uma figura querida, conhecido justamente por sua cortesia, solidariedade e generosidade.
Estudamos os livros de Direito por alguns semestres e até hoje é difícil definir o que é o justo. Mas, disso temos certeza, sabemos dizer o que não é justo. Prender um cidadão de bem, pai de família, professor, estudante, trabalhador, garanto, não o é. É a mais vil das injustiças, pois não estão querendo aprisionar somente o homem, estão querendo sufocar os sonhos de uma sociedade inteira que há muito torce por uma polícia mais forte, com remuneração digna e que possa cumprir o seu papel de maneira eficiente.
Augusto, queremos dizer que estamos contigo nesta luta. Você, amigo, foi o grande instrumento escolhido para expôr estas mazelas, e tenha certeza que o eco que propaga jamais será em vão. Fé, força, avante! Nossa turma espera que as turbulências fiquem para trás e queremos ter você o mais breve possível no nosso convívio novamente.
Por nós, o eterno Che: “Hay que endurecer-se, pero sin perder la ternura jamás.”
Atenciosamente,
Turma de Direito Noturno da UESC 2009 – 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário