Ainda ontem estive numa reunião da Secretaria de Educação, com professores da área de Humanas e coordenadores pedagógicos, para tratarmos da Lei que torna obrigatório nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
Tratou-se bem do preconceito que está subliminar às nossas mínimas atitudes em sala de aula, trabalhou-se a desconstrução de pré-idéias que carregamos desde o berço, arraigadas como dogmas nos nossos pensamentos e nas nossas ações.
Desconhecemos a história do nosso povo, dos africanos escravizados que aqui viveram, dos índios mortos cruelmente pelos coronéis do cacau, famílias inteiras que levaram mais de 300 anos tendo todos os seus vivido debaixo de chicote e dormido dentro de senzala, proibidos de estudar, impedidos de ter uma casa pra morar, uma cama só sua para dormir, um pedaço de terra para tirar seu sustento.
A ideologia dominante é tão forte que ainda hoje pensamos e falamos contra os SEM TERRA e contra os índios, além de discriminarmos pobres e pretos. Como disse Karl Marx, viramos CÚMPLICES DO PRÓPRIO CARRASCO, como qualquer alienado que se preze.
A África é tão importante que eu só tenho ela na escola num mapa Mundi Político. Não tem África Político. Procuro livros sobre a África na biblioteca, não encontro. Documentários sobre a África na videoteca, não encontro. Nem aquele famoso sobre Mandela encontrei lá. Vou pedir que os alunos assistam na internet. Mas nem todos tem acesso e se pudesse assistir junto com eles, iria comentando, explicando, orientando...
Vou tentar fazer a Mostra Cultural da Consciência Negra. Vamos ver como os colegas reagem. Em uma escola que ensinei em Ilhéus , quando propus fazer esta ação positiva, envolvendo todas essas disciplinas, a colega respondeu: POR QUE NÃO FAZERMOS DA CONSCIÊNCIA BRANCA?
RUDE MÃE ÁFRICA by Diacui Pataxó
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