O silêncio tem voz!
Ela traduz muitas coisas na vida de todos nós.
A vida é uma coisa rápida e traz consigo símbolos difíceis de serem decifrados.
São sinais marrentos que se debelam com nosso cérebro tentando se esconder por entre
farpas, como que tentando salvar arestas.
Eu me espanto todos os dias com a maneira elegante com que a realidade foge aos pés.
Deixa o tapete enferrujado, os desejos maltratados e a fé que remove montanha
se funde entre arbustos e magmas vermelhos, sedentos por espaço aberto.
Isso tudo vai grudando em nossa pele e vai tornando cinza dias célebres,
transformando em nuances a eterna alegria, os encantos, o direito de ser feliz!
No entanto, o lado bom de nossos sonhos é colorido e ele realmente existe!!
Mas, onde foi que trocamos os lápis coloridos pelos de cores escuras e em que momento
nossos sonhos se esvaíram deixando-nos ocos, opacos e com uma pequena lágrima no canto do olho como se dela não quiséssemos apartar?
Tenho pensado sobre o aspecto dramático desse eterno devir. E confesso que muito
tem me emaranhado.
São tantas pessoas sofrendo de angustia de desilusão, de tristeza, doença...
São tantos males de amor espalhados em cada esquina!
Homos e heteros se emaranhando em desamores tentando encontrar no outro o zelo de um amor que não vingou? Um tsunami emocional golpeia com tesão assertivo a ingênua mania de sonhar e adentra o corpo da vida mudando tudo o que é viver!
Quisera eu, poder mudar as coisas do mundo. Trazer felicidade e bradar a ingênua
crença de que posso confiar no bom da vida.
O bom da vida é "arrochar"! O bom da vida é ser sacanear! É descomprometer-se com a integridade! É lidar com valores falos e acreditar que isso é razão de ser!
Tudo isso engendra solidão quando dizemos não ao mundo que não partilhamos.
Tudo isso inspira distanciamentos, recolhimentos. E com isso, surge um mundo de casulos e embotados. Um mundo dos mutilados. Pessoas vítimas de estrangulamentos do encanto, da alegria, da pureza de ser um simples guerreiro em marcha a uma vida de realização utópica onde o único vencedor foi si mesmo! Esse povo todo está no hospital da dor, sentindo desgostos e com sensações de perda de tempo, de ter vivido para nada, de ter caminhado em vão!
Como estará a humanidade, quando todos os humanos desse planeta estiverem mutilados?
O silêncio obsequia o pouco de nós a uma "recolhida" paciente e nostálgica. Permitindo-nos a não exposição. Pois, ao dar ao outro um coração quebrado, melhor seria dar a imagem de paz, harmonia estampada na face, instituída como a nova máscara a se desvendar!
Não desanimemos pois! É chegada a hora em que, certamente, uma luz trará uma nova verdade!
Sds!
selmaAguiar
Cantora e Compositora
Gestora Cultural
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