Maria de Lourdes da Silva
Ontem fui a uma formação de professores da área de Humanas da Secretaria de Educação do Município de Itabuna, na Escola Técnica de Enfermagem. Falamos da origem étnica e geográfica da cidade, do Rio Cachoeira e sua poluição, de como ele já foi límpido, as pessoas banhavam-se em suas águas, podia-se comer sem medo o peixe que ali se pescasse. Falamos da criticidade que devemos provocar no aluno e de como cada tema, problematizado, pode levar ao exercicio da cidadania. Falamos sobre o indivíduo (re)-conhecer-se no conteúdo curricular que lhe está sendo trazido.
Voltei pra escola toda feliz, comentando a formação sobre Cartografia. Aí o colega disse: que negócio mais atrasado, no fim do ano vem ensinar Cartografia! então a outra colega falou: é que é para o ano que vem... e outra disse ainda: a Formação de Professores é para que alguém ganhe dinheiro...
Como sou muito precipitada, tentei controlar-me, calei-me. Fui refletir.
Pode até ser que eles tenham razão, mas era tudo novo só para mim ou para eles também? porque se era novo para eles, por que então estava atrasado? Quem está atrasado mesmo? e se a professora orientadora realmente trouxe um bom trabalho, efetivou um projeto, deu uma boa aula, por que não deveria ela ganhar pelo que fez?
Ainda temos três meses de aula. Podemos usar esse novo conhecimento por agora? Penso que sim.
Sei que a gente quer criticar, devemos fazê-lo. Mas nosso compromisso com a verdade deve estar acima de nossas briguinhas internas e nossas intrigas particulares.
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