junho 05, 2009

A FONTE DA JUVENTUDE

Há muitos anos atrás,existia uma linda e inteligente jovem que vivia no bosque da sabedoria,ela era apaixonada pelas belas artes,pela natureza,pelos filósofos e principalmente pelo mundo.
Neste bosque, só vivia ela e seus animais, porem de vez em quando uma bruxa cruel vinha roubar um pouco da juventude da garota,mas como ela era muito esperta sabia onde existia no fundo de uma caverna que se localizava numa clareira,uma fonte de onde jorrava água da juventude.
A bruxa começou a estranhar, pois apesar dela roubar a juventude da moça, ela sempre estava jovem. Por isso ela resolveu se esconder e seguir a moça após a visita.
Pensando que a malvada já tinha ido embora, a jovem seguiu para a clareira, planejando se banhar naquelas águas milagrosas.Ao entrar na caverna a jovem viu quem estava a segui-la, mas não pode evitar, pois a praga já estava lá.

Com ódio a bruxa lançou um feitiço na jovem "tu me trais-te, tu pagarás, na fonte da juventude tu sucumbirás".Logo após a jovem caiu como que morta e uma vóz grossa ecoou pela caverna dizendo:
_"O mal por sí só se destrói,e em você há tanto que te corrói! há de pagar pela vida que tirou,com sua juventude pagará pelo que errou!".
Como que por magia a bruxa virou pó e a água da juventude banhou o rosto da jovem que acordou e muito feliz agradeceu dizendo "A vida é um presente, a juventude é uma dádiva, a beleza é um sonho e a sabedoria é um dom! tudo o que você faz volta para você e o ódio não atinge inocentes".
Por essas palavras a jovem foi coroada deusa da sabedoria pelos animais e pelos humanos, e a ela foi concedida a juventude e a vida eternas.
Como já lhe tinha sido concedida a juventude eterna ela resolveu tornar a fonte um local onde deveriam se banhar as crianças recém nascidas para que fossem belas e inteligentes por toda a vida.
Mas alguns séculos depois um deus da vida, muito invejoso, mandou que demolissem a fonte só para causar desgraça ao povo do bosque da sabedoria, mas a deusa muito sábia resolveu fazer um trato com ele:
_“Não haverá guerra e nem discórdia se houver paz, sabedoria e vida devem andar lado a lado, nossos povos devem se unir e criar um novo povo que trará muito ao mundo”
O deus da vida aceitou, e, dessa união nasceu a humanidade que até hoje é um povo próspero, porém nada pacifico que domina o mundo...

DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE


Ouvi na Tv que hoje, por ser dia mundial do MEIO AMBIENTE era dia de procurar academia e cuidar do corpo...!!!Ora, do corpo cuida-se todos os dias, em detrimento de tudo o mais. Esse culto ao corpo, protagonizado pelos meios de comunicação e provavelmente financiados por todos aqueles laboratórios que têm interesse na venda desse produto: a cirurgia plástica, tem matado e mutilado a muitos.
A inversão de valores que vivemos prova quanto temos nos tornado fúteis e superficias, preocupados com rugas do nosso corpo que levaremos para os vermes que nos esperam, enquanto desprezamos as florestas, os animais, as águas do Planeta Terra, poluídas e destruídas pela mercantilização de tudo, como quer o Capital.
Hoje é dia de pensar e repensar nossas atitudes em relação ao Planeta, à preservação do Meio Ambiente, aos cuidados e à proteção que devemos ter com a natureza, nossa mãe inesgotável, mas que, de tanto abusarmos, estamos conseguindo esgotar!!!
Rios sujos, mananciais de água poluídos na fonte de origem, por causa do desejo de lucrar dos capitalistas insanos, aqueles que transformam tudo em mercadoria , inclusive os bens mais sagrados para a vida humana: os bens naturais, aqueles que o Santo Criador honrou-nos com a tutela, mas não temos sido dignos desta missão.
Aqui em Ilhéus já teve governo municipal que colocou o lixão no Cururupe, na estrada Ilhéus/ Olivença, lembrando que Olivença é uma instância hidromineral e toda aquela região é patrimônio histórico também, afinal os remanescentes indígenas da região moram lá e o local guarda nas suas pedras e nas brenhas das suas roças a saga do genocídio contra os Tupinambá de Olivença, haja vista a BATALHA DOS NADADORES, chacina protagonizada por Mem de Sá e documentada por ele mesmo, como sabemos, entre outros, pelo livro da professora Teresinha Marcis sob o título VIAGEM AO ENGENHO DE SANTANA (editora da UESC).
O Dia do Meio Ambiente é o dia de tomarmos a decisão de não jogar, nunca mais, nenhum lixo na rua. É o dia de tomarmos a decisão de não deixar nunca mais ninguém, no raio de nossa visão, passar fome, e até além dela. Passar frio, ninguém mais.
Como podemos dormir quentinhos em nossos lares, sabendo que existem tantos inocentes à mercê da sarjeta, do medo e da morte, pelas ruas da cidade? como podemos viver assim, indiferentes ao ar que respiramos e que nossos bisnetos talvez não tenham pra respirar?
O dia do Mieio Ambiente é toda hora, todo dia, todo segundo, temos que parar de cultuar a violência, o erotismo exarcebado fomentados pela mídia televisiva aberta (e pela fechada também). A violência na nossa era virou capital certo, garantia de lucro indubitável (Olha quantos "jogos mortais" já foram feitos? se não tivessem público, não teriam sido feitos tantos!
Temos derrubado e consentido com nosso silêncio e omissão a derrubada e a queimada de árvores frondosas, centenárias, da nossa mãe rasgada ao ventre, Amazônia querida, que o Espírito de Chico Mendes te proteja, que todos os xamãs chacinados por grilheiros tenham força para espantar os espíritos destruidores que te adentram noite e dia, para te sugar, te derrubar, te queimar, te destruir e te transformar em comida de boi e de vaca... que tristeza infinda... que angústia, meu Deus, pensar no dia do MEIO AMBIENTE!!!
DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE, hoje poderíamos passar o dia na praia, dentro das matas, à beira de represas, rios, lagoas, cachoeiras... poderíamos todos fazer grandes mutirões para construir casas populares, para limpar sujeiras de rios, e depois, nunca mais sujar, nunca mais emporcalhar.
A palavra mundo significa LIMPO, você sabia? tanto que Imundo, significa sujo, não limpo.
Que 0 DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE seja celebrado como um momento de reflexão e mudança de atitude para todos

CENTO E VINTE MILHÕES DE CRIANÇAS NO CENTRO DA TORMENTA - (TRECHO DO LIVRO AS VEIAS ABERTAS DA AMÉRICA LATINA DE EDUARDO GALEANO)


"Há dois lados na divisão internacional do trabalho: um em que alguns países
especializam-se em ganhar, e outro em que se especializaram em perder. Nossa comarca
do mundo, que hoje chamamos de América Latina, foi precoce: especializou-se em perder
desde os remotos tempos em que os europeus do Renascimento se abalançaram pelo mar
e fincaram os dentes em sua garganta. Passaram os séculos, e a América Latina aperfeiçoou suas funções. Este já não é o reino das maravilhas, onde a realidade derrotava a fábula e a imaginação era humilhada pelos troféus das conquistas, as jazidas de ouro e as montanhas de prata. Mas a região continua trabalhando como um serviçal. Continua existindo a serviço de necessidades alheias, como fonte e reserva de petróleo e ferro, cobre e carne, frutas e café, matérias-primas e alimentos, destinados aos países ricos que ganham, consumindo-os, muito mais do que a América Latina ganha produzindo-os. São muito mais altos os impostos que cobram os compradores do que os preços que recebem os vendedores; e no final das contas, como declarou em julho de 1968 Covey T. Oliver, coordenador da Aliança para o Progresso, “falar de preços justos, atualmente, é um conceito medieval. Estamos em plena época da livre comercialização...” Quanto mais liberdade
se outorga aos negócios, mais cárceres se torna necessário construir para aqueles que sofrem com os negócios. Nossos sistemas de inquisidores e carrascos não só funcionam para o mercado externo dominante; proporcionam também caudalosos mananciais de lucros que fluem dos empréstimos e inversões estrangeiras nos mercados internos dominados.
“Ouve-se falar de concessões feitas pela América Latina ao capital estrangeiro, mas
não de concessões feitas pelos Estados Unidos ao capital de outros países... É que nós não fazemos concessões”, advertia, lá por 1913, o presidente norte-ameiricano Woodrow Wilson,
Ele estava certo: “Um país - dizia - é possuído e dominado pelo capital que nele se
tenha investido.” E tinha razão. Na caminhada, até perdemos o direito de chamarmo-nos
americanos, ainda que os haitianos e os cubanos já aparecessem na História como povos
novos, um século antes de os peregrinos do Mayflower se estabelecerem nas costas de
Plymouth. Agora, a América é, para o mundo, nada mais do que os Estados Unidos: nós
habitamos, no máximo, numa sub-América, numa América de segunda classe, de nebulosa
identificação.
É a América Latina, a região das veias abertas. Desde o descobrimento até nossos
dias, tudo se transformou em capital europeu ou, mais tarde, norte-americano, e como tal tem-se acumulado e se acumula até hoje nos distantes centros de poder. Tudo: a terra, seus frutos e suas profundezas, ricas em minerais, os homens e sua capacidade de trabalho e de consumo, os recursos naturais e os recursos humanos. O modo de produção e a estrutura de classes de cada lugar têm sido sucessivamente determinados, de fora, por sua incorporação à engrenagem universal do capitalismo. A cada um dá-se uma função, sempre em benefício do desenvolvimento da metrópole estrangeira do momento, e a cadeia das dependências sucessivas torna-se infinita, tendo muito mais de dois elos, e por certo também incluindo, dentro da América Latina, a opressão dos países pequenos por seus vizinhos maiores e, dentro das fronteiras de cada país, a exploração que as grandes cidades e os portos exercem sobre suas fontes internas de víveres e mão-de-obra. (Há quatro séculos, já existiam dezesseis das vinte cidades latino-americanas mais populosas da atualidade.)
Para os que concebem a História como uma disputa, o atraso e a miséria da América
Latina são o resultado de seu fracasso. Perdemos; outros ganharam. Mas acontece que
aqueles que ganharam, ganharam graças ao que nós perdemos: a história do subdesenvolvimento da América Latina integra, como já se disse, a história do desenvolvimento do capitalismo mundial. Nossa derrota esteve sempre implícita na vitória alheia, nossa riqueza gerou sempre a nossa pobreza para alimentar a prosperidade dos outros: os impérios e seus agentes nativos.
Na alquimia colonial e neo-colonial, o ouro se transforma em sucata e os alimentos se convertem em veneno. Potosí, Zacatecas e Ouro Preto caíram de ponta do cimo dos esplendores dos metais preciosos no fundo buraco dos filões vazios, e a ruína foi o destino do pampa chileno do salitre e da selva amazônica da borracha; o nordeste açucareiro do Brasil, as matas argentinas de quebrachos ou alguns povoados petrolíferos de Maracaibo têm dolorosas razões para crer na mortalidade das fortunas que a natureza outorga e o imperialismo usurpa. A chuva que irriga os centros do poder imperialista afoga os vastos subúrbios do sistema. Do mesmo modo, e simetricamente, o bem-estar de nossas classes dominantes - dominantes para dentro, dominadas de fora - é a maldição de nossas multidões, condenadas a uma vida de bestas de carga."

Presenteio a todos com este PEQUENO TRECHO do legado do Galeano, meu livro de cabeceira durante muitos anos, recomendo a todos, ele é UM DOS MAIORES ESCRITORES DA AMÉRICA LATINA, JORNALISTA, HISTORIADOR, que nos relata o que aconteceu com a força e a vida de quem sente a mesma dor, criando no leitor uma empatia e uma clareza indescritíveis.
BEBAMOS, BEBAMOS...

A POSSE DA TERRA, A FORMAÇÃO DO POVO E A REFORMA AGRÁRIA EM SOLO BRASILEIRO


por ULISSES PRUDENTE DA SILVA

A QUESTÃO AGRÁRIA
EM SOLO BRASILEIRO
PROVÉM DOS MUITOS TEMPOS
DE DOMÍNIO ESTRANGEIRO,
DESDE QUANDO A TERRA,
DOS ÍNDIOS, USURPADA
PELA CORTE PORTUGUESA
FOI, ENTÃO, PARTILHADA
SOB O TÍTULO PRIMEIRO
DE CAPITANIAS HEREDITÁRIAS.

OS DONATÁRIOS DESSAS CAPITANIAS
COMO ERAM CHAMADOS
ESSES AMIGOS DO REI QUE HAVIA,
TORNARAM A REPARTIR A TERRA
ENTRE CORRELIGIONÁRIOS
SOB O TÍTULO DE SESMARIA,
POR ORDEM DO GOVERNO-GERAL
QUE O REI DE PORTUGAL,
ENTÃO, ESTABELECIA.

EXTENSOS, ERAM OS LIMITES,
A VISTA NÃO ALCANÇAVA,
ONDE POR A PLANTA DO PÉ,
ISSO, AO ÍNDIO BASTAVA,
MAS, NO BRANCO EUROPEU
HAVIA AMBIÇÃO DESENFREADA.

MUITOS DOS TAIS DONATÁRIOS
NEM, AQUI, PISARAM OS PÉS,
MAS, SENTIAM-SE "DONOS DA TERRA"
ESTAVA ESCRITO NUM PAPEL...
E INSTITUÍAM A OUTROS HOMENS
SUA REPRESENTAÇÃO FIEL.

A "SANTA" IGREJA CATÓLICA
DE MUITA TERRA SE APOSSOU,
DESDE QUANDO A PRIMEIRA MISSA
NESTAS PLAGAS CELEBROU
E A COMPANHIA DE JESUS
LOGO, AQUI SE INSTALOU.

AOS PÉS DA SANTA CRUZ
ÍNDIO SE AJOELHOU,
AO TRABALHO "VOLUNTÁRIO",
ALGUÉM LHE CONVIDOU
E NA EXPANSÃO DO "SOLO SAGRADO"
O JESUÍTA ANCHIETA,
FOI QUEM MAIS SE DESTACOU

O TRÁFICO DO PAU-BRASIL
DE EXTRATIVISTA EXPLORAÇÃO
FOI O RESPONSÁVEL PELA DIZIMAÇÃO
DE ESSÊNCIAS FLORESTAIS NATIVAS
E DE ALDEIAS INDÍGENAS,
AQUI, NESTE RINCÃO

(...)

NEGUINHO
PRA VIVER,
LOGO APÓS A LIBERTAÇÃO;
PARA VESTIR, COMER, BEBER...
TINHA QUE TER
BOM PATRÃO

TODA TERRA JÁ TINHA
DONO
,
EIS A RAIZ DS QUESTÃO
.