junho 04, 2009

Reflexões da professora que vê III

Animus mutandi

FALANDO SOBRE DISCENTES

“E agora não contente querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só à humanidade pertence."
Bertolt Brecht


É interessante como a escola, em pleno século XXI, ainda preserve as características conceituadas e diagnosticadas por filósofos e intelectuais do século passado, como Althusser, falecido em 1990, que explica esta e outras Instituições à luz da categoria conceitual Aparelho Ideológico de Estado. E por que a escola ainda é reprodutivista? Muito haverá que se pesquisar para responder, mas a olho nu, passando rapidamente a vista pelos nossos 25 anos na luta do Magistério, podemos dizer que os atores docentes, influenciados por forte moral burguesa ou pequeno-burguesa, incapazes de se identificar com a classe social á qual pertence o estudante, principalmente o de escola pública, reflete na sua práxis pedagógica a ideologia dominante das elites econômico-financeiras, que necessitam de serviçais medíocres, bonecos apertadores de botões, parafusetas e encaixes e não de cidadãos autônomos, pensantes, independentes e livres, para servir aos seus interesses e ao acúmulo de sua fortuna e aumento dos seus lucros.
Como isto é feito?
Ora, a escola patrocina uma campanha perversa, cruel e vil contra a auto estima dos filhos dos trabalhadores pauperizados, matriculados nas escolas públicas. Lá, a despeito do Estatuto da Criança e do Adolescente, eles são xingados, maltratados, constrangidos, humilhados, ultrajados, vilipendiados e mais: sua alma infantil é corrompida pelos olhares e gestos de desprezo, nojo, repugnância e asco que lhes são lançados por aqueles que deveriam estar lhes estendendo a mão e unindo forças para a construção de uma sociedade mais justa, mais solidária e mais cidadã.
Cúmplice do próprio carrasco, como diz Karl Marx , muitos dos operários professores produzem escravos, e não homens livres; reproduzem subserviência e heteronomia, não autonomia e independência; fazem o jogo do opressor reprovando crianças negras e ou pobres, condenando-as à marginalidade e perpetuidade da pobreza, geração após geração... “Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, malandro, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo." (Brecht, Bertolt).
O analfabeto político, muitas vezes é letrado, sabe dizer todas as categorias gramaticais da Língua mater e até de outras línguas, talvez. Ele sabe equação, conhece o mapa-múndi, conjuga verbos, sabe as partes do corpo humano, como as plantas se reproduzem, enfim, tudo que tiver nos livros talvez ele saiba repetir... Mas ele não sabe perguntar e não admite ser perguntado, questionado, inquirido, colocado contra a parede tendo suas idéias retrógradas, antigas e inúteis para o povo colocadas em xeque mate pela destreza e rapidez de raciocínio daqueles pobres a quem reputa sujeira, imundície e burrice, porque não comungam de seus prazeres burgueses e de suas medíocres concepções ultrapassadas, arraigadas em futilidades e elementos culturais particulares da burguesia social e econômica, que no rastro de seus perfumes importados deixa o mau cheiro dos dejetos e das sobras de sua intemperança e falta de amor. Ele é letrado sim, mas não sabe pensar, analisar, relativizar, comparar, coordenar idéias, fazer analogias, criativizar. Ele só sabe repetir, reproduzir e com tudo isso, mais desamparar os filhos das classes populares que povoam as escolas públicas em busca de conhecimento e de poder.
Dura luta, terrível combate combato dia a dia, cada minuto, cada segundo de cada hora... duras dores no meu peito ao ver essas crianças que já vem, muitas delas, espancadas de casa por seus pais, padrastos, avós, irmãos, madrastas... vítimas de lares desestruturados... e ao chegar na escola, onde deveriam encontrar apoio para sua personalidade e seu caráter em formação, para seu espírito amedrontado e subjugado pela ignorância e violência da família, encontram lá o racismo velado de funcionários e professores que acham bonito e belo demonstrar um coração duro e uma face indiferente aos seus problemas e aflições, ressalvando, claro, as raras e honrosas exceções!!!
Apesar de tudo, acredito na escola. Como Gramsci desejo ser aquele intelectual orgânico que está ali para, infiltrado, proteger e defender os interesses de sua classe e sei que somos um pequeno batalhão, subversor da ordem estabelecida, driblando o grande exército das elites dominantes, que massacram a mente humana com suas propagandas, novelas, filmes , músicas de 5ª categoria e ideologias frequentemente veiculadas pela mídia; mídia esta que lhes pertence e sobre a qual têm grande ingerência política. Mas nós temos grande vantagem nesta batalha: NÓS LUTAMOS PELA NOSSA LIBERDADE, e é melhor morrer de pé, do que viver a vida inteira de joelhos.
O MONOPÓLIO DA ROTA - PELO FIM

Senhoras passageiras e senhores passageiros

Maria de Lourdes da Silva*

A região Sul da Bahia vem sendo vítima do monopólio desta empresa que, por conta dos des-governos do nosso Estado, mantém-se incólume, única e exclusiva a servir os cidadãos que utilizam o transporte rodoviário interurbano nestas paragens. Vivemos à mercê dos horários estipulados por ela, da quantidade de ônibus disponibilizados por ela, das linhas oferecidas por ela e, pior de tudo, vivemos à mercê do humor de seus funcionários mal remunerados e despreparados para lidar com o público consumidor, tratando-o à maioria das vezes com desrespeito, deboche, pouco caso, soberba e prepotência, sempre protegidos por seus pares, todos com a mesma conduta.
A Agerba é o órgão responsável pela outorga, regulação, controle e fiscalização das concessões e permissões para a operação desse serviço. Mas, ao que parece, está comprometida com os ricos empresários do setor, como soe acontecer nas relações entre o poder público e a iniciativa privada no nosso país.
Agora os motoristas fazem as vezes de cobradores, o que seguramente atrasa a todos e compromete a eficiência do serviço prestado! Pegamos diariamente ônibus lotados, atrasados, somos deixados nos pontos e ao mesmo tempo vemos os condutores pararem fora deles para pegar ou deixar seus amigos e correligionários; viajamos apertados, empilhados, empurrados, inseguros, desconfortáveis, às escuras e somos comumente desrespeitados pelos funcionários
TEMOS DIREITO A OUTRAS OPÇÕES PARA VIAJAR. PAGAMOS IMPOSTOS E DEVEMOS FAZER VALER NOSSOS DIREITOS. EXIJA QUE SEU SINDICATO PARTICIPE DESSA LUTA!

* Maria de Lourdes da Silva é licenciada em Filosofia, especialista
em Política e Planejamento Educacionais e
estudante de Direito




O POTE MÁGICO

Victor Sebastian


Num certo dia um tal mago bem bem velho abriu uma escola para ensinar a pessoas aprendizes a serem magos nobres e verdadeiros.Ele teve nove alunos Pedro, Henrique, Marcos, Vinicius, Roberto, Leandro, Pablo e Sergio. Ele achava que o melhor de todos era Roberto.
Mas um tal de Ricardo que quis ser o melhor e ficava se achando, entrou na Academia. O velho mago viu que estava morrendo então deu uma tarefa para os 10 alunos : ele disse que quem achasse um pote mágico primeiro iria ter os poderes dele.
Então Ricardo e Roberto foram os que mais se dedicaram para achar o pote,isso o mago sabia porque eles eram os dois filhos dele ,no final Roberto achou o pote mágico mas quem achasse o pote mágico iria descobrir que eles dois eram irmãos .





ceifa


eu não frito ovos.
o desnecessário me alimenta
o corpo.
o insano se instaura em fruto,
em doce, em messe.
recolho, apenas, o desvão das encostas.

Iolanda Costa

A violência contra mulheres e meninas é cultural?

ou Políticas Públicas em defesa da Mulher
Diacui Pataxó e Clau Alves
Elas não tem gosto ou vontade
Nem defeito, nem qualidade
Têm medo apenas
Não tem sonhos, só tem presságios
Chico Buarque


A mulher em sua evolução na história da raça humana vem percorrendo longas trilhas e lutando grandes batalhas desde época imemorial.
Consta que houve um período matriarcal, onde a supremacia da mulher esteve relacionada com sua capacidade de procriar, todavia compreende-se que o patriarcado tenha sido ou venha sendo mais duradouro, entretanto lutas pela independência do gênero mulher, por sua liberdade, igualdade de direitos com o sexo oposto vêm sendo protagonizadas por mulheres dos mais diferentes rincões do planeta.
Na Atenas grega, berço da democracia, a mulher, assim como crianças, escravos e homens pobres, não tinha a cidadania reconhecida; no regime feudal o costume da prima notte era exigido pelos senhores e as noivas dos servos eram obrigadas a passar a primeira noite de núpcias com os donos dos feudos, senhores de suas vidas e de suas mortes; a Igreja Católica Apostólica Romana queimou vivas em praça pública muitas “bruxas” , ciganas, curandeiras, parteiras, rezadeiras, numa perseguição inclemente e insana a tudo, a todos e todas que ameaçassem seu trono, seu poder e sua glória sobre a terra, com um mínimo de conhecimento que fosse! No Islamismo a mulher acusada de adultério pode sofrer apedrejamento até a morte ou ser empalada.
O catolicismo nos dias de hoje proíbe o aborto e o uso de contraceptivos. Existem religiões onde as mulheres são proibidas de usar adereços femininos e obrigadas a usar um véu que lhes cobre a cabeça e quiçá o rosto, sem falar da burca, peça do guarda-roupa muçulmano feminino, que cobre toda a cabeça , deixando para ela apenas uma tela à altura dos olhos, sendo que é através dessa “grade” que lhe é permitido olhar o mundo! Existem regiões no mundo onde as meninas são mutiladas ao nascer e seu clitóris é decepado com uma lâmina, ou navalha! No período colonial brasileiro a mulher não podia estudar, não devia saber ler, não votava, saía do jugo do pai para o domínio do marido, eram enterradas vivas nas paredes de suas próprias casas a mando e sob a orientação de seus esposos – isto falando-se da mulher branca, pois a negra era escrava, prostituída, acorrentada, condenada à senzala e a castigos cruéis e perversos de seus senhores brancos e ricos latifundiários.
Nas guerras mundiais a mulher ocupou o especo deixado pelos companheiros mandados à morte por seus Estados genocidas, muitas vezes compulsoriamente. Tratadas por séculos como crianças pelos homens, que podiam lhes mandar calar a boca ou ir dormir à hora que lhes aprouvesse, viram-se de repente inseridas no mercado de trabalho por causa do capitalismo e dos conflitos internacionais!Apesar de tudo isto muitas rainhas e princesas , revolucionárias e bravas guerreiras indígenas, africanas, caucasianas, mestiças ou asiáticas vêem escrevendo a história da mulher, sem deixar de lembrar que o proletariado feminino que surgiu com a revolução industrial foi ponto forte na luta dos trabalhadores pelos seus direitos.
Dentro das várias óticas da produção do conhecimento, a mulher vem sendo designada das maneiras mais diversas. No âmbito religioso dá-se a ela o tratamento ora de mãe Imaculada, ora de prostituta (quem não tiver pecado, que atire a primeira pedra) , ora irmãs (Marta e Maria); no âmbito da política elas se chamam Cleópatra, Bethsabá, Elisabeth, Antonieta, Rosa Luxemburgo, Maria Bonita, Olga Benário... Nas artes elas se chamam Frida Kahlo, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral,,, e vão assim ganhando nomes, personalidades, memórias ao longo dos séculos. Na vida real, na nossa história cotidiana, elas se chamam Heloísa, Cláudia, Suzana, Sophia, Ângela, Inês, Maria da Penha!!! E aí chega-se no ponto nevrálgico da História da Mulher, que é a história da violência contra a mulher no Brasil. A história de Maria da Penha é a história de tantas Marias brasileiras, mulheres sofridas, ameaçadas, espancadas, vilipendiadas, estupradas, desrespeitadas, violentadas, violadas e ultrajadas na sua dignidade.
Políticas Públicas são urgentes, urgentíssimas no delineamento de um perfil de mulher que transpire cidadania e segurança. Delegacias de Assistência às mulheres, Abrigo de Proteção contra a violência doméstica, respeito efetivo e cumprimento à lei Maria da Penha, que prevê não só a violência física como também a moral e ainda legisla sobre a prisão do agressor até julgamento, a depender do juizArt. 6o A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos.Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade policial.Enfim, a questão pode até estar registrada na história séculos após séculos, mas acredita-se na mudança, em metamorfoses sociais, que é possível um Estado (será? Isso não é dado, isso é conquistado!)) onde a mulher seja cidadã no pleno exercício de sua cidadania. A execução das medidas protetivas é o ponto chave para a efetivação desta Lei. Cabe ao Ministério Público e a nós, cidadãos, denunciar e cobrar, agir incansavelmente, estar atentos, vigiar, a fim de que possamos entrever uma mudança na sociedade, novos tempos, onde a mulher vai poder se sentir amparada e segura pela instituição Judiciária, cujos pares tão bem remunerados não correspondem em produção laboral ao que recebem da sociedade civil através de seus riquíssimos honorários pagos pelo Estado Brasileiro, haja vista se fale tanto em "morosidade da justiça". Cabe aos senhores juízes e senhoras Juízas conhecerem a lei e cumprirem os prazos nela epigrafados. Urge que se crie no Poder Judiciário, uma Vara específica para defesa da mulher. Façam isso , aproveitem o conforto de seus gabinetes e detenham-se sobre a Lei, estudem-na e façam-na cumprir na sua íntegra, afinal, as mulheres são mais da metade da população do mundo!
EU SOU A BRISA E O FURACÃO

Diacui Pataxó

Eu sou uma das guerreiras do exército de dona Iansã, nada de preguiça, nada de acomodação, muita agilidade, muito resolver e organizar, minha autoridade é oriunda do pai celeste, do pai espiritual, Olorum, espírito cósmico, que domina os elementos, a matéria e a anti-matéria. Eu sou mãe, sou ultra-mãe, herdei o sangue das matronas índias e africanas, Sou descendente dos heróis africanos aprisionados e mortos por causa da escravidão, meus ancestrais são xamãs e feiticeiras poderosas vindas da Mãe África, sou herdeira do curandeirismo das pretas velhas de Omulu e de Oxalá, da farmacopéia indígena dos tupi-guarani, dos Tupiniquim, dos Pataxó Hã-Hã-Hãe, sou cabocla, sou da mata, sou da selva, eu sou o mico-leão da cara dourada, sou o saguí, a anta, o jacaré, a onça pintada, eu sou o tamanduá-bandeira, sou a gelada e transparente água do rio nascente, o colibri é meu irmão e eu sou a mãe da arara, o pai do jabuti, irmã do periquito e do papagaio, primo do orangotango,,, eu sou o espírito da caipora que vaga mata adentro assustando quem vem para matar, eu sou o espírito noturno da boitatá, que põe fogo na bunda de latifundiário e madeireiro, que arranca e queima árvore, eu sou a folha que cai e a raiz que penetra na terra buscando alimento pra sua planta, eu sou a enchente, o furacão, o deus-nos-acuda da tempestade, eu sou a própria tempestade, eu sou a lua e o sol, a onda do mar, cada gota de chuva que molha a terra umedecendo-a para a plantação, eu sou o sertão da Bahia, o cactus, a terra vermelha e rachada da caatinga, sou Lampião e Maria Bonita, sou o fim do Apartheid e da segregação, sou Mandella, Biko, o Che, eu sou a flor do maracujá, eu tenho sede de justiça, eu sou o elemento fogo e ardo em brasa, o elemento ar e sobrevôo em espírito as cachoeiras e desço em queda livre pelos penhascos, eu pouso nos dedos do Cristo redentor ,o meu sangue lava o chão do Carandiru. Eu choro por Canudos, tomo a bênção de João Cândido e me espelho no grande Zumbi de Palmares. Eu sou natureza, céu e mar, cada estrela que fica na areia da praia, cada palmeira do coqueiro que balança nos ventos de Caymi, eu sou a água de côco, doce feito mel mas sou também o gosto do jiló. Meus antepassados caçavam livres pela praia e pescavam sem barco e sem anzol, apenas com uma lança certeira e veloz , meus ancestrais dormiam na mata e ouviam à distância aproximando o ouvido da terra... eu sou o que está além das palavras, o que não está escrito, o que se lê nas entrelinhas... eu sou espada e flor, eu sou um antúrio, um copo de leite, uma rosa vermelha, a iguana, a cobra coral, a fêmea do guaiamum... eu sou pátria Brasil e ainda sonho ter meu pedaço de terra pra plantar novamente a minha subsistência!

AOS DOUTORES DA ACADEMIA

AOS DOUTORES DA ACADEMIA

DIACUI PATAXÓ

Estou farta desses intelectualóides titulados e tutelados que permitem a privatização estatal de sua vidas e querem exigir o mesmo de mim. Cansada de suas hipocrisias, mediocridades e suas bobagens livrescas e enciclopédicas. Enojada de suas exigências minuciosas que não levam ninguém (a não ser eles mesmos) a lugar nenhum, mas podem tirar muita gente do caminho. Enjoada de suas caras bobas, de onde me fitam olhos de desprezo, desprezíveis. Realmente, assumo, eu não sei filosofar, eu não decorei vossos livros, vossas coleções, vossos sábios de gabinete. Sócrates não leu ninguém nem escreveu nada! Eu não sei vossa filosofia, eu não sei filosofar!Muitos de vós, a maioria mesmo, sabeis apenas repetir o que houvestes lido e, juntando pedaços e recortes de um e outro forjais o que chamais vosso próprio pensamento, vossa própria filosofia.“Eu tenho a minha loucura, levanto-a como um facho a arder na noite escura... não, não me peça definições... não me diga: vem por aqui..só vou por onde me guiam meus próprios passos...” “Olhai os lírios do campo...” e poderia deter-me aqui em muitas poesias - lêde poesia ou só filosofia? – a explicar-vos vossa soberba e ignomínia, vossa fraqueza e mediocridade; vossa vida e insanidade, assim, recitando versos...Deixaste-vos carimbar, rotular, registrar, vendeste-vos! Paciência! No mundo das aparências em que viveis, pensando estar no das idéias, não sou nada e até para ser mais uma sombra necessito de vossa aprovação, de vossa avaliação. Mais medíocre eu, que me submeti a tal, expondo-me ao ridículo, colocando-me a mercê de pobres diabos ignorantes como vós, tolos que se julgam “sábios” e “doutores”, porque outros, tanto quanto (parvos), assinou-vos um pedaço de papel, assim testemunhando, após haverdes escrito páginas e páginas sobre o que outros disseram, fizeram e pensaram!Pensais ser grandes! Desiludi-vos de vossa grandeza, despi-vos de vossa megalomania pseudo-sábios. Sois pó, lama, como todos nós, outros mortais! Acaso ides ao banheiro? Excretais ou não? Necessitais banhar-se ou não fedeis nunca? E drogas? Usai-as às escondidas dentro de vossos feudos para que a Academia não saiba que sois drogados, hipócritas? Fazeis troça de quem não conheceis, Sentindo-vos donos da situação ousais humilhar os pequenos, mas só a vós mesmos tendes diminuído quando tentais desmerecer a outrem.. Ouvi e entendei , sepulcros caiados, a farsa que representais já está desnuda na própria filosofia. Não calareis nunca o meu, o nosso grito que, como as lições de Sócrates, continuará ecoando em outras bocas, como as bombas de Bakunin continuará explodindo em outras praças; como os tiros das armas de todos os revolucionários mortos em combate continuará alvejando outros mercenários como vós, séculos após séculos, milênios... a denunciar vossa pusilanimidade e os interesses escusos que motivam vossas ações.Usais brincos na orelha, andais com ginga, tendes tatuagem nos pés e nas mãos para com tudo isso compor a “persona pós-moderna”, o novo, o futuro, mas vossa mente sustenta-se no atraso, na tradição, no preconceito e na discriminação... bobos da corte, marionetes, fantoches macabros, dançais dentro de sedas e ternos caros o ritmo lúgubre da morte dos excluídos. Sois cúmplices dos encapuzados, dos endinheirados, dos capa preta, dos mandantes, dos coronéis, dos assassinos de colarinho branco, dos carrascos sangrentos do analfabetismo, da fome e da doença... até em vossos livros os bajulais e isto é fácil de provar!Quereis representar a modernidade, mas viveis fechados em vossos próprios feudos (alguns conformando-se com pequenas baias brancas, cheias de computadores e bugigangas dentro)! O inusitado, mas não passais de repetição. Quereis representar a vanguarda intelectual, mas sois racistas, tolos, rasos e atrasados! Fazeis o discurso da democracia e da igualdade mas sois tiranos nojentos, ditadores pusilânimes, capazes sabe-se lá de quê para conquistar vossos objetivos. Representais o passado! Subliminar à vossa bandeira branca da paz pode-se ver as fileiras disciplinadas, carregando a suástica de Hitler, as traições de Stálin, os assassinatos cometidos por Pinochet, Mussolini, Vargas e tantos outros ditadores de carteirinha pelo mundo afora que se locupletaram do poder público para enriquecer suas próprias contas bancárias e perseguir aqueles que pensam diferente dos seus instintos genocidas, etnocidas, homofóbicos, fratricidas, elitistas, desumanos!“Viva o país do bandido, salve pátria do jaguar!”