novembro 25, 2018

SALVE 31 DE MARÇO DE 1964 De volta para o futuro



Como eu sempre gostei de organizar eventos, fico aqui pensando como poderia "festejar" o 31 de março, agora em 2019 na Escola Sem Partido .
No portão da entrada principal  do Colégio fotos dos cinco generais da ditadura. Abaixo de todos eles, uma foto pequena de João Goulart. Nos corredores, para que as pessoas pudessem sentar e sentir o peso e a força da justiça da Revolução, umas réplicas da cadeira do dragão, funcionando, caso alguém quisesse provar.
 Uma sala montada com jovens trajados de policiais, moças nuas , estupradas e arroxeadas, para que o público pudesse entender sobre moral e bons costumes de militares.
Uma sala para o pau de arara e o choque elétrico. Tudo disponível à comunidade para experimentar. Uma sala para a pimentinha, com fila organizada para quem quisesse tomar choque elétrico de cem volts  e Afogamento, uma das torturas mais corriqueiras.
A sala da geladeira, espécie de sala pequena onde se alternavam altas e baixas temperaturas, e não era possível ficar de pé, e ficava-se lá nu e sem comida e água, poderia ser simulada por uma geladeira deitada , um frigobar, ligado a um ar condicionado e a um aquecedor e a uma caixa de som, pois  o som alto também ajudava a desorientar o torturado.
A palmatória estaria em exposição, podendo todos que defendem seu uso, apanhar com ela. Agressões físicas , tortura psicológica e produtos químicos poderiam ser trabalhados pelos professores de biologia e química e psicologia,  Os alunos devem pesquisar sobre o pentatotal e ácidos. Seus efeitos no organismo humano e na psiqué
Na sala do AI 5 , AI 5  escrito em letras verdes e amarelas à porta,   uma foto de Costa e Sivla – grande – e Márcio Moreira Alves – o deputado que fustigou o golpe dentro do golpe, pequena, num canto, com a frase:  QUANDO NÃO SERÁ O EXÉRCITO UM VALHACOUTO DE TORTURADORES? um mural com letras grandes onde se possa ler o Ato a qualquer distancia ali dentro, deve estar pregado na lousa.
Lista do fechamento do Congresso Nacional e das Assembléias Legislativas fechadas à época, bem como fotos de obras de arte, cartazes das peças de teatro, cas dos livros e dos discos  censurados.
Uma sala para os elefantes brancos: TRANSAMAZÔNICA, PRÓALCOOL, PROJETO CARAJÁSO, TROMBETAS, ITAIPU, . Esta sala deve estar bem próxima da sala da Dívida externa, organizada pelos professores de matemática, onde conceitos de juros e juros flutuantes devem estar sendo pensados pelos estudantes e comunidade.
Um cemitério simbólico no pátio da escola lembrará o nome dos assassinados e desaparecidos. Uma sala para a CIA deverá estar ao lado da sala de tortura ou dentro de uma  delas pois sabe-se que foi ela quem introduziu os requintes de tortura.
Poderia ter uma sala onde se falasse de outras ditaduras na América Latina, como a de Pinochet, no Chile, a de Trujillo, na República Dominicana, a Ditadura argentina.
No dia da culminância homenagear-se-á Carlos Brilhante ustra, que combateu o comunismo estuprando  mulheres ligadas à resistência, levando seus filhos para as visitarem vomitadas, cagadas e mijadas, chafurdadas em seus próprios excrementos; colocava ratos e baratas dentro de suas vaginas. Esse ée o nosso herói agora. Ao lado dele podemos celebrar Caxias, que invadiu o Paraguai junto com o Conde D’Eu , na Guerra da Tríplice Aliança, matando mulheres grávidas, para que não houvesse revanche e também o Coronel Antonio Moreira Cesar, juntamente com o Thompson Flores, que cercaram Canudos na terceira expedição, com metralhadoras, matando 30 mil pessoas, entre homens, jovens, mulheres, crianças, adolescentes, idosos, sertanejos que resistiram à fome juntando-se num arraial onde tudo era dividido entre todos.
Uma foto de Conselheiro , pequena, pode constar ou jazer num canto da sala.
Salva a República militarista do Brasil
Fechou.





julho 19, 2018

A DEMOCRACIA EM PERIGO!

A ruptura chama-se Democracia. A palavra libertária dos povos colonizados. Quando esta palavra chega às ruas, quando esta palavra bate na porta da Suprema Corte do Judiciário ou às portas dos Palácios de Governo, quando esta atitude clama nos portões blindados da OEA e da ONU, então o colonialismo tira a máscara, despe-se das togas e dos ternos de costura estrangeira e mostra as garras, as presas, as escamas, o rabo e os chifres. Ele diz: não sou civilizado. Finjo, para ludibriar-vos.  Uso roupas coloridas, imagens virtuais, aparelhos tecnológicos, para que vos apaixoneis e me sirvais, tal escravos. Mas se assim não for, morrereis!
Este é o mundo pós -moderno. Igualzinho aos anteriores. Mudaram as perfomances com que se apresentam, os artefatos de tortura e submissão dos quais se utilizam os poderosos para subjugar nações inteiramente e integralmente pobres, surrupiadas em suas riquezas minerais, animais, elementais...
O Colonialismo, com novos nomes e conceitos,  não aceita rupturas. Como um monstro carniceiro avança sobre tudo e sobre todos, quando vê ruírem seus princípios (ou anti-princípios) e suas bases: o lucro, a exploração do trabalho e a propriedade privada!
A exploração de povos desarmados e pobres do mundo, o sucateamento de suas riquezas, vem sendo sua prática há séculos. Saqueia de várias formas, renova concepções e estende novos tentáculos a cada época, a cada parte da História. Atualmente sabe-se até que o Imperialismo infiltra agentes duplos, da própria comunidade a ser explorada, saqueada e vilipendiada, com a missão de provocar o caos, seja ele de ordem financeira, política, econômica, moral e social, como  também ético, infringindo aos pobres do mundo desordens institucionais de tal des - ordem, que justificam, inclusive, intervenções estrangeiras, militares, pára-militares; isto é, hoje o saque se dá, inclusive, com a aprovação do saqueado que, por ignorância e insensatez, desconhece a trama engendrada contra si, para lhe surrupiar as riquezas, sua água, seus minérios, seu petróleo e, sobretudo,  a sua autonomia.
A América Latina continua sangrando, Eduardo Galeano, eu não sei porque você disse  que não escreveria novamente as veias abertas. A sangria não estanca. Elegemos um índio na Bolívia, um metalúrgico e depois uma guerrilheira no Brasil, Hugo Chavez, o comandante que se negou a matar o povo em praça pública, na Venezuela e Mujica no Uruguai; demos cabo das ditaduras, sem matar ninguém, pelo voto,( eles mataram, claro), ditaduras financiadas pelos Estados Unidos da América e engendradas por sua inteligentzia, arquitetadas por suas Agências, órgãos pára-estatais que  escapam  até ao domínio de seu próprio Presidente, atualmente um arquimilionário com propostas megalômanas e xenófobas, além de racistas,  sem esquecer que deita os pobres nas ruas sem nenhum escrúpulo, vergonha ou constrangimento, como acontece também em São Paulo, no Brasil, com o prefeito eleito João Dória e seu séquito,  milionário , propositor de ações desumanas e impiedosas contra a pobreza e a negritude da maior capital da América Latina.
Hemorragia difícil de estancar. O Bisturí afiado dos conquistadores não nos deixa respirar. Estão à espreita o tempo todo, de bote armado. O governo Lula, no Brasil, conseguiu formar milhares de  jovens em Medicina, nas universidades de Cuba, um dos expoentes em Medicina NO MUNDO! Após o golpe político que sofremos, com o Impeachment da primeira mulher eleita pelo voto direto no Brasil, Presidenta Dilma Roussef, o programa foi extinto, as bolsas retiradas e os estudantes trazidos de volta para o Brasil.
Hoje comemoramos o centenário de Mandela. Foi a CIA que ajudou a prendê-lo em 1962, infiltrando agentes no CNA. Catalogado como terrorista, só em 2008 seu nome foi retirado da lista. 
No Brasil a Democracia tem como seu principal carrasco o juiz Sérgio Moro,  um togado, desmascarado por Organizações Não -  governamentais e grandes jornais internacionais, como agente duplo da CIA infiltrado na justiça brasileira para derrubar o maior líder popular que nossa história já conheceu. Ao seu lado, Deltan Dallagnoll , um dos principais cúmplices,  formado em Harvard, Promotor Público, que, com um Power Point, SEM NENHUMA PROVA , lançou manchas terríveis sobre a reputação de Lula, defendendo princípios da justiça dos Estados Unidos, onde a convicção basta para a acusação, mas que não são princípios nem da nossa Carta Magna nem do nosso Código de Processo Civil, ambos açoitados e rasgados por esses dois traidores e seus aliados.
No Brasil a Democracia está presa. Os sonhos do povo brasileiro de moradia, terra, emprego, justiça social, saúde, universidade, lazer, boa alimentação... foram aprisionados nas masmorras do castelo do rei. As instituições estão em perigo. Senadores vendidos, Juízes ameaçados. Corruptos no poder e inocentes na cadeia.
A sobriedade desmoronou, sob a égide dos vícios de uma quadrilha nefasta que se locupletou do poder e das riquezas do país, às custas de mentiras e golpes, para vendê-las a preço de banana ao capital internacional, seu benfeitor particular, nosso verdugo público!
O subsolo está vendido. Os jovens mandados estudar no exterior foram trazidos de volta. As universidades estão sendo perseguidas, boicotadas e fechadas. Os intelectuais de merda estão se cagando de medo e os corajosos estão correndo riscos de  morrer! A reforma trabalhista nos devolveu ao coronelismo e os coronéis estão voltando rapidamente. Os judiciário está acovardado e o Legislativo é uma farsa. 
O povo brasileiro precisa acordar urgente desta orgia megalomaníaca, assumir-se povo e unir-se contra os predadores, os verdadeiros traidores da pátria, os que nos açoitam uns contra os outros.  Estes são os nossos inimigos.
Unidos então, conhecendo o inimigo comum, poderemos  nos articular e organizar para tomar o poder e deliberar sobre os próximos passos da Nação. Mulheres, negros, estudantes, professores, intelectuais, artistas,  metalúrgicos, bancários, médicos, enfermeiros, advogados, cada um no seu perfil, a defender e proteger a democracia , a justiça social, e , enfim, direitos iguais para todos, sem esquecer do Princípio  Constitucional da Igualdade que diz " tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades " . Mas por favor, não vamos manter os desiguais em suas míseras desigualdades. Sonhamos exatamente o fim delas. 
Viva a Democracia! Viva a Liberdade! Viva o Povo Brasileiro!
Maria de Lourdes da Silva


julho 18, 2018

A FEIJOADA

Qual a história da feijoada? A feijoada foi inventada no Brasil Colonial, a partir da escravidão. Os pretos colocavam dentro do seu feijão, partes dos animais mortos, abatidos, que os senhores da casa grande não comiam. Há quinhentos anos comemos as vísceras dos porcos e dos bois. Sabemos fazer tudo ficar cheiroso. Gostamos do sabor, do cheiro e da cor. A escravidão acabou e o hábito alimentar continuou. Geração após geração, temos ensinado a nossos filhos a comer tripas e banhas e gorduras. Hoje até alguns senhores da casa grande degustam a iguaria. Será que não já entupimos nossas veias de gordura o suficiente? será que não engrossamos nosso sangue o suficiente? será que já não matamos animais o suficiente?
Sem tomarmos pé do quanto a obesidade nos encurta a vida e nos priva de bons e saudáveis momentos, seguimos vida afora nos empanturrando de banhas e tripas e gorduras... Minha cadela é mais inteligente do que muitos de nós. seleciona a carne que vai comer.
Quantas florestas têm sido derrubadas no planeta, para o chão virar pasto, para alimentar animais criados para abate? O que será de nossa Mata Atlântica, de nossa floresta Amazônica daqui a cinquenta, cem anos? Esses miseráveis pretendem nos vender água e até ar. O Neo liberalismo acredita na privatização de nossas vidas.
Até quando pretendemos alimentar a indústria da doença? a indústria farmacêutica, as multinacionais, os super laboratórios que produzem remédios miraculosos contra o câncer? Câncer que vem nas carnes dos animais que compramos! Nós compramos o câncer! Pagamos caro por ele! Depois pagamos mais caro pela radio e depois pela quimio, depois fazemos hemodiálise, até não aguentarmos mais... Aí pagamos para morrer... Agora estamos pagando muito antes... temos SAF... a indústria legalizada da morte. Pagamos para morrer "decentes"... senão vamos ficar como o irmão de Antígona... jogados na montanha, o corpo esperando para ser devorado pelos abutres.
Se tivermos uma Antígona em nossas vidas, nos livraremos desse triste fim. Se não, a indigência e a indiferença darão fim à nossa carcaça cancerosa...
Mas, voltemos à feijoada. Quinhentos anos de pobreza nos ensinaram a comer até calangos. O nordeste brasileiro, anterior à era Lula, comia calango. O nordeste nem bebia água direito. Quase não podia tomar banho.
Precisamos mudar nossos hábitos alimentares. Esses ricos estão nos matando. Vendem-nos veneno como remédio, problemas como solução, morte como vida. Quinhentos anos de analfabetismo, de ignorância, de falta de escolas e universidades... é fácil nos enganar, nos ludibriar. Essas ratazanas astutas sabem como trair, atrair, seduzir. Sabem como manter os escravos no seu devido lugar, sem nem desconfiarem que o são. Um ou outro consegue se livrar do jugo. Alto preço.
Parece brincadeira. Talvez pareça que não tem sentido que pra falar de feijoada eu tenha ido da escravidão ao neo liberalismo. Dos hábitos alimentares à floresta amazônica. Precisamos aprender a pensar o todo. O capital divide, separa, distancia, estigmatiza, segrega, distingue! e assim nos tira a noção do todo. Não somos um coração, ou ossos, ou o cu, como quer a medicina moderna e seus especialistas em cardiologia, ortopedia ou urologia, só pra exemplificar. Somos uma Pessoa. Está tudo interligado.
Mais frutas, mais grãos, mais legumes, mais terra para o povo plantar sua própria comida. A Reforma Agrária é uma luta milenar. Plebeus e patrícios na antiga Roma lutaram duzentos anos por causa da terra!
Mais florestas. Menos armas. Mais amor, mais escolas, mais educação, mais rios, mais águas, mais flores, mais artes, mais lazer...
Ou estaremos condenados ao inferno dos venenos agrotóxicos e cancerígenos para sempre.
Maria de Lourdes da Silva

junho 20, 2018

Sobre a exposição Fluxos visuais, uma exposição sobre os 140 anos da Escola de Belas Artes

O Palacete das Artes está comemorando os cento e quarenta anos da Escola de Belas Artes, com uma exposição de obras produzidas por professores e alunos egressos da casa.
Esta arte não representa apenas uma produção artística. Esta arte está a serviço de quem?
está no poder de quem?
e quem estava no poder quando ela foi produzida?
O que move esta arte?  O que a fundamenta?
Há uma diferença entre a arte produzida no séculos XIX e XX na EBA e a produzida mais recentemente, no que concerne não só à forma, mas também no que diz respeito ao conceito?
Não tenho respostas. Deixo aqui minhas inquietações, para que elas suscitem as suas!
Maria de Lourdes da Silva
 https://museupalacetedasartes.wordpress.com/2018/06/04/sala-contemporanea-do-palacete-das-artes-recebe-exposicao-comemorativa-aos-140-anos-da-escola-de-belas-artes-da-ufba-a-partir-do-dia-12-de-junho/