É verdade. Vivemos num mundo oco, vazio, desprovido de sentimentos de solidariedade. A necessidade de ter dinheiro e só poder suprir as mínimas necessidades básicas com ele, lança -nos uns contra os outros no mercado da competição. Como podem umas poucas pessoas andarem de helicóptero e outras não terem condições nem de usar um coletivo urbano! ? Existem banheiros muito maiores do que a casa de muitos pobres. Existem casas grandes e vazias enquanto a cada dia que passa as calçadas se enchem de andarilhos e loucos. Os miseráveis do sistema, o lúmpenproletariado. Até o Karl Marx os desprezou, mas Tereza de Calcutá, aquela santa, cuidou de todos e deu-lhes alento e consolo até o ultimo suspiro . ela lhes favoreceu com a dignidade e a nobreza que só existem no amor, abrandando o sofrimento da pobreza com sua doação.
Todos temos o direito de viver e morar bem. Mas inventamos a propriedade privada e saímos como loucos desvairados a conquistá.-la. Fizemos cercas e por causa do que cercamos fizemos guerras. Matamos crianças mulheres e jovens todos os dias nas frentes de batalha da vida em nome de um bem estar individualista, que nos transforma em autômatos cheios de afazeres. Prontos a obedecer, servir e consumir. Fazemos poupança para comprar carros, e com isto alimentamos a indústria automobilística, e adquirimos um bem que mais cedo ou mais tarde vai virar lixo e poluir o planeta, além de poluì-lo enquanto ativo também com fumaças e gases. Quantas pessoas morrem por dia , no mundo, por causa de acidentes com automóveis? Quantas árvores temos derrubado por hora, para fabricar móveis e outras fronteiras entre nós? Que nos importa se arrancamos o sangue da terra com uma sonda? Temos que fazer batons , isopores e plásticos. MAIS LIXO! As lanchonetes de franquia estão cheias mas na madrugada o morador de rua revira as lixeiras procurando um resto de hambúrguer . Em algum lugar no Rio de jjaneiro um segurança de uma dessas famosas tirou uma criança que pedia esmola de dentro da lanchonete e la fora deu um murro em sua cabeça e ela morreu. Caiu duro na porta da casa rica. O médico que fez a autópsia disse que a criança de dez anos, menino pobre de rua, era usuário de cocaína, maconha ,crack e cola e morreu por um parada cardíaco- respiratória ou coisa que o valha. Uma moradora de rua viu o murro e o corpo estendido no chão. Mas de que vale a palavra da indigente frente à do doutor? Isso mesmo! O médico vai comer hambúrguer até morrer e o menino pobre já morreu. Que importa ele?
É muito desumana a nossa humanidade. Enchemos as cidades de prédios. Soterramos nanguezais, jogamos os esgotos dos nossos excretas nos rios. Matamos os rios. Veio a mineradora e derrubou um mar de lama de residuos de dejetos de minérios sobre o rio doce. E o rio doce morreu, amargando ...Mas que importa o rio doce , amargo ou salgado? Importam apenas nossas contas bancárias
A Amazônia, pulmão do mundo, árvores milenares, o mais rico eco -sistema do planeta, jogado ao chão, para que lhe passe por cima o rebanho de gado dos senhores da pecuária, gado entupido de produtos tóxicos para crescer rapidamente e mais rapidamente caminhar psra o abate. Vendem-nos câncer a vinte e cinco reais o quilograma. E nós, servos fiéis do sustema, compramos e consumimos.
já avisava um velho índio : vai chegar o dia em que vamos descobrir que dinheiro não se come e nem se bebe.
Estamos vivendo um holocausto. Um holocausto da natureza e um holocausto dos pobres.
Diacui Pataxó