abril 24, 2010

FW: Hoje é o dia do Planeta Terra!

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Querido(a) Maria,

Hoje é o Dia da Terra. Eu gostaria de sugerir que o celebrasse, assistindo ao nosso novo video em homenagem a esta data, e que convide as pessoas que fazem parte de sua vida a também assistirem e a fazerem parte do Greenpeace, assim como você.

Nosso planeta enfrenta o maior desafio já visto pela humanidade. Nossas florestas são derrubadas e queimadas; nossos oceanos, explorados e poluídos em um ritmo alucinado. Caça de baleias, poluição tóxica, queima de carvão, uso de energia nuclear e de transgênicos ameaçam a qualidade e até mesmo a sustentabilidade da vida em todo o planeta. As mudanças climáticas catastróficas se aproximam, enquanto governos e a indústria gastam tempo e recursos aumentando seus lucros e evitando as transformações necessárias para reduzir a emissão de gases-estufa.

Ao longo dos anos, tivemos um impacto positivo no mundo ao testemunhar pacificamente e convencer políticos e empresários a mudarem muitas práticas danosas ao planeta. Aumentamos o grau de proteção de grandes extensões de terra, ao colocar em prática leis ambientais e inspirar pessoas influentes na indústria, no governo e na ciência para preferirem o planeta às ambições financeiras.

Mas, se você pensa que o poder do Greenpeace está em nossos navios, protestos ou campanhas, está enganado: você é quem nos dá força.

A Terra precisa de mais pessoas como você, que se preocupa com o ambiente. Pessoas que usarão suas vozes para defendê-la e que tomarão atitudes para protegê-la. Você pode dar uma mão para a Terra hoje nos ajudando a construir o movimento para salvá-la.

Um futuro mais verde e pacífico é possível - junte-se a nós para fazer isso acontecer. A Terra precisa de nossa atenção não apenas no seu dia, mas sempre.


Grande Abraço, 
Kumi Naidoo
Diretor-executivo do Greenpeace Internacional

P.S. Você pode ir direto ao YouTube, marcar nosso vídeo como seu favorito e deixar um comentário. Também pode promovê-lo nas redes sociais, no seu Facebook ou Twitter, ou mesmo colocá-lo em seu blog.
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Carlos Drummond de Andrade

Visão 1944

Meus olhos são pequenos para ver
a massa de silêncio concentrada
por sobre a onda severa, piso oceânico
esperando a passagem dos soldados.

Meus olhos são pequenos para ver
luzir na sombra a foice da invasão
e os olhos no relógio, fascinados,
ou as unhas brotando em dedos frios.

Meus olhos são pequenos para ver
o general com seu capote cinza
escolhendo no mapa uma cidade
que amanhã será pó e pus no arame.

Meus olhos são pequenos para ver
a bateria de rádio prevenindo
vultos a rastejar na praia obscura
aonde chegam pedaços de navios.

Meus olhos são pequenos para ver
o transporte de caixas de comida,
de roupas, de remédios, de bandagens
para um porto da Itália onde se morre.

Meus olhos são pequenos para ver
o corpo pegajento das mulheres
que foram lindas, beijo cancelado
na produção de tanques e granadas.

Meus olhos são pequenos para ver
a distância da casa na Alemanha
a uma ponte na Rússia,
onde retratos, cartas, dedos de pé bóiam em sangue.

Meus olhos são pequenos para ver
uma casa sem fogo e sem janela
sem meninos em roda, sem talher,
sem cadeira, lampião, catre, assoalho.

Meus olhos são pequenos para ver
os milhares de casas invisíveis
na planície de neve onde se erguia
uma cidade, o amor e uma canção.

Meus olhos são pequenos para ver
as fábricas tiradas do lugar,
levadas para longe, num tapete,
funcionando com fúria e com carinho.

Meus olhos são pequenos para ver
na blusa do aviador esse botão
que balança no corpo, fita o espelho
e se desfolhará no céu de outono.

Meus olhos são pequenos para ver
o deslizar do peixe sob as minas,
e sua convivência silenciosa
com os que afundam, corpos repartidos.

Meus olhos são pequenos para ver
os coqueiros rasgados e tombados
entre latas, na areia, entre formigas
incomprensivas, feias e vorazes.

Meus olhos são pequenos para ver
a fila de judeus de roupa negra,
de barba negra, prontos a seguir
para perto do muro - e o muro é branco.

Meus olhos são pequenos para ver
essa fila de carne em qualquer parte,
de querosene, sal ou de esperança
que fugiu dos mercados deste tempo.

Meus olhos são pequenos para ver
a gente do Pará e de Quebec
sem notícias dos seus e perguntando
ao sonho, aos passarinhos, às ciganas.

Meus olhos são pequenos para ver
todos os mortos, todos os feridos,
e este sinal no queixo de uma velha
que não pôde esperar a voz dos sinos.

Meus olhos são pequenos para ver
países mutilados como troncos,
proibidos de viver, mas em que a vida
lateja subterrânea e vingadora.

Meus olhos são pequenos para ver
as mãos que se hão de erguer, os gritos roucos,
os rios desatados, e os poderes
ilimitados mais que todo exército.

Meus olhos são pequenos para ver
toda essa força aguda e martelante,
a rebentar do chão e das vidraças,
ou do ar, das ruas cheias e dos becos.

Meus olhos são pequenos para ver
tudo que uma hora tem, quando madura,
tudo que cabe em ti, na tua palma,
ó povo! que no mundo te dispersas.

Meus olhos são pequenos para ver
atrás da guerra, atrás de outras derrotas,
esta imagem calada, que se aviva,
que ganha em cor, em forma e profusão.

Meus olhos são pequenos para ver
tuas sonhadas ruas, teus objetos,
e uma ordem consentida (puro canto,
vai pastoreando sonos e trabalhos).

Meus olhos são pequenos para ver
esta mensagem franca pelos mares,
entre coisas outroras envilecidas
e agora a todos, todas ofertadas.

Meus olhos são pequenos para ver
o mundo que se esvai em sujo e sangue,
outro mundo que brota, qual nelumbo
- mas vêem, pasmam, baixam deslumbrados.


Carlos Drummond de Andrade
(1902-1987)

Mais sobre Carlos Drummond de Andrade em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Drummond_de_Andrade

copiado de:http://leaoramos.blogspot.com/2010/01/os-olhos-de-drummond-sao-pequenos-para.html