maio 19, 2011

Reflexões sobre o kit do MEC contra a homofobia - um debate

A tirania da sociedade heterosexual encontrou um bom alvo na questão dos vídeos e da cartilha contra a homofobia preparada pelo MEC para ser distribuído nas escolas.
Um dos argumentos que a mídia tem apresentado é que a sexualidade das crianças não diz respeito à escola e sim ao espaço privado das famílias.
Pergunto-me:
- Quando o ou a estudante chega na escola, ele ou ela  vem com seu sexo ou deixa-o em casa?
- Quando os alunos estão na classe e começam a "zoar" com algum colega que tem feições ou atitudes que se aproximam de comportamento não heterossexual, este assunto deve ser resolvido pelo mestre ou mestra que estiver lecionando naquele momento ou não?
- Por que a escola deve fugir ou ignorar a questão da sexualidade, se ela está latente no ser humano desde o seu nascimento?  ou nascemos sem os órgãos genitais?  o homem já nasce com todos os seus espermatozóides.  A mulher é que ainda vai desenvolver os órgãos internos à medida que cresce e amadurece.
- Dentro de suas casas crianças são estupradas, abusadas sexualmente, pelos próprios pais, irmãos, tios, vizinhos, até pelo padre da paróquia, muitos desses que estão aí agora a dizer que o "kit gay" vai estimular crianças a serem homossexuais ou coisa que o valha.
- ". Nos Estados Un id o s, as denúncias junto às autoridades legais apresentam taxas va r á veis de 16 a 32%, com c e rca de 300 a 350 mil pessoas com idade de 12 anos ou mais vitimizadas anualmente , e igual
número de vítimas com idade abaixo de 12 a n o s 6. No Brasil, inexistem dados globais a re s p e i t o do fenômeno, estimando-se que menos de 10% dos casos chegam às delegacias "(http://www.scielosp.org/pdf/csp/v20n2/13.pdf)
- " Na violência sexual intra f a m i l i a r, a criança ou adolescente do sexo feminino se mostra como
vítima pre f e rencial dos agre s s o res sexuais, enc o n t rando-se inserida numa estru t u ra na qual
s o f re relações de poder expressas por um lado pela capacidade física, mental e social do a g re ss o r, e por outro, pela sua imaturi d a d e, submissão à autoridade paterna e dos mais ve l h o s, e à
desigualdade de gênero"
http://www.scielosp.org/pdf/csp/v20n2/13.pdf)




maio 04, 2011

Do Palácio de Buckinhan ao Palácio de Ondina Prof. DSc. Marcos Aurélio Santos Souza (UESB / DCHL).


 o professor da UESB (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia) faz uma analogia entre a pompa e riqueza do recente casamento real e as lutas e dificuldades dos professores universitários deste estado.    -  selecionei alguns parágrafos:
Do Palácio de Buckinghan à Abadia de Westminster, só riqueza e suntuosidade, do Campo Grande à Praça Castro Alves, só pobreza e miséria. Desfiles em mundos praticamente opostos repetem a nossa imensa realidade humana, paradoxal e triste, através de um figurino bem representativo.  Lá, os chapéus, cabelos loiros ao vento, tiaras coloridas e os fabulosos bearskins da guarda real inglesa. Aqui, os cabelos crespos, guardas chuvas quebrados, que mal evitam a chuva insistente, mãos e bolsas nas cabeças para não estragar a “escova” e o “permanente”, boinas surradas e imundas da polícia militar, fingindo paciência com o trânsito caótico da Sete de Setembro e com as bolas vermelhas de  palhaços, escondendo os narizes dos manifestantes.
(aqui estamos nós|)

Lá embaixo, o mundo é diferente. O vermelho, um vermelho quase vinho, cardeal, que em Buckinghan  adorna os corpos dos soldados e do príncipe William, acúmulo de sangue coagulado das chacinas bretãs, pinta a Avenida Sete na manifestação dos professores. Nessa chuva que cai hoje e derrete os morros, jogando barro em cima das pessoas das Cajazeiras e dos morros na capital baiana, o vermelho mais importante para o governador é o vermelho da cruz, que adorna a bandeira do Reino Unido.
O governador prefere viver nos sonhos do palácio de Ondina, na pompa inglesa, que parece antiga e tradicional, mas, como bem lembra os historiadores Hobsbawn e Ranger, foi forjada recentemente como símbolo de poder, inquestionável e cruel. Ele prefere viver na sua própria invenção de estado, cortando salários, impedindo as Universidades crescerem e os professores se aperfeiçoarem, dedicando seu tempo integral por um salário de miséria. Prefere viver no castelo de Caras da elite baiana, ideologicamente branca de olhos azuis, como a elite britânica. 

Greve das Universidades Estaduais. Governo corta o ponto dos professores

O governo do estado decidiu suspender o pagamento dos salários dos professores da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) e Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), que estão em greve desde o início do mês. A paralisação dos professores da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) é mais recente e, por isso, eles receberão os salários de abril.

Hoje à tarde, os docentes das quatro instituições fazem uma manifestação no centro de Salvador. Eles vão se reunir em frente ao Teatro Castro Alves (TCA), no Campo Grande, e seguirão em passeata pela Avenida Sete de Setembro com destino à Praça Municipal. A greve prejudica cerca de 60 mil alunos. 

Segundo a Associação dos Docentes da Universidade de Feira de Santana (Adufs), a categoria  reivindica  do governo a retirada de uma cláusula do acordo salarial 2010 que impede melhorias salariais pelos próximos quatro anos e a revogação do Decreto 12.583/11 que reduz os gastos com as universidades este ano.  

O governo enviou uma resposta oficial aos representantes dos professores na qual mantém a cláusula e afirma só assinar o acordo salarial após a categoria sair da greve.








10% do PIB para a educação




Caros e caras

Dia 11 de maio, participe da Paralisação Nacional pelo PNE, o Plano Nacional de Educação que o Brasil quer e pelo piso para todos e todas.



http://www.cnte.org.br/index2.php?option=com_content&task=view&id=7043&pop=1&page=0&Itemid=261