maio 04, 2011

Do Palácio de Buckinhan ao Palácio de Ondina Prof. DSc. Marcos Aurélio Santos Souza (UESB / DCHL).


 o professor da UESB (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia) faz uma analogia entre a pompa e riqueza do recente casamento real e as lutas e dificuldades dos professores universitários deste estado.    -  selecionei alguns parágrafos:
Do Palácio de Buckinghan à Abadia de Westminster, só riqueza e suntuosidade, do Campo Grande à Praça Castro Alves, só pobreza e miséria. Desfiles em mundos praticamente opostos repetem a nossa imensa realidade humana, paradoxal e triste, através de um figurino bem representativo.  Lá, os chapéus, cabelos loiros ao vento, tiaras coloridas e os fabulosos bearskins da guarda real inglesa. Aqui, os cabelos crespos, guardas chuvas quebrados, que mal evitam a chuva insistente, mãos e bolsas nas cabeças para não estragar a “escova” e o “permanente”, boinas surradas e imundas da polícia militar, fingindo paciência com o trânsito caótico da Sete de Setembro e com as bolas vermelhas de  palhaços, escondendo os narizes dos manifestantes.
(aqui estamos nós|)

Lá embaixo, o mundo é diferente. O vermelho, um vermelho quase vinho, cardeal, que em Buckinghan  adorna os corpos dos soldados e do príncipe William, acúmulo de sangue coagulado das chacinas bretãs, pinta a Avenida Sete na manifestação dos professores. Nessa chuva que cai hoje e derrete os morros, jogando barro em cima das pessoas das Cajazeiras e dos morros na capital baiana, o vermelho mais importante para o governador é o vermelho da cruz, que adorna a bandeira do Reino Unido.
O governador prefere viver nos sonhos do palácio de Ondina, na pompa inglesa, que parece antiga e tradicional, mas, como bem lembra os historiadores Hobsbawn e Ranger, foi forjada recentemente como símbolo de poder, inquestionável e cruel. Ele prefere viver na sua própria invenção de estado, cortando salários, impedindo as Universidades crescerem e os professores se aperfeiçoarem, dedicando seu tempo integral por um salário de miséria. Prefere viver no castelo de Caras da elite baiana, ideologicamente branca de olhos azuis, como a elite britânica. 

Um comentário:

  1. Minha querida Diacui: ainda bem que consegui, com muito esforço, chegar aqui. Parabens pela luta, minha amiga. Ser educador é ser confessor de sonhos - como diz o parente D.Munduruku.Paz em Ñanderu, Graça Grauna

    PS: preciso da sua ajuda numa pesquisa sobre a lei 11645/08. Pode me ajudar? Anote meu email:
    ggrauna@yahoo.com.br

    ResponderExcluir