julho 14, 2019

Planejamento e Politica Educacional

Eu tenho um aluno chamado ... Vou chamá-lo José -  que está com mais de 15 anos na antiga 6ª série, atual 7º ano.  José é muito alto e de grande presença e porte físico.  Irreverente.  Foi meu aluno há três anos atrás, na 5ª série nas disciplinas de História, Filosofia e Religião e o é novamente, nas mesmas três.
Destaca-se, responde de pronto, completa frases, intui raciocínios e sentenças.  Os colegas querem fazer trabalhos com ele. Se eu falar: religiões de livro sagrado, ele completa . Se eu falar, objetos sagrados do Islamismo, conhece vários. Lugares sagrados comuns ao Islamismo, Cristianismo e judaísmo, sabe responder e ainda localiza geograficamente. Isto apenas a título de exemplo.
Foi reprovado por dois anos seguidos, por professores que decretaram que ele tinha dificuldades cognitivas, sem um a avaliação psicanalítica, psiquiátrica ou psicológica ou neurológica , ao menos.
Meu diagnóstico é que quem o reprovou é que tem deficiência
O sistema educacional deveria permitir-lhe ingressar no curso técnico, condizente com sua idade e amadurecimento, ao mesmo tempo em que estivesse terminando de cumprir sua etapa no Ensino Fundamental o mais breve possível.  Sobre o caso dele e de tantos outros que estão por lá, encontro ressonância no texto de Viviane FORRESTER:
"A indiferença é feroz. Ela constitui o partido mais ativo, e certamente o mais poderoso. Ela permite todas as exações, os desvios mais funestos, mais sórdidos. Este século é sua trágica testemunha.    Ei-los então, vítimas da ausência, prisioneiros da lacuna, cobiçando aquilo que não existe, e frustrados,   por um programa tanto mais excelente quanto quimérico. Eles se vêem sem estatuto"

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